O inconsciente e os arquétipos.
O inconsciente, ou “a mente submersa” é aquela parte da nossa mente à qual não temos acesso e onde estão guardados instintos, crenças, memórias, sentimentos, medos, lembranças, etc. Estima-se que 90% a 95% da nossa mente seja inconsciente.
O inconsciente é uma espécie de “oceano interior” obscuro, com as suas próprias leis, criaturas, temperaturas e correntes. Ele comunica connosco essencialmente através de emoções, sensações, símbolos, sonhos e visões.
Até que te tornes consciente, o inconsciente vai dirigir a tua vida e vais chamá-lo de destino.
Carl Jung
No nosso inconsciente estão submersas muitas crenças e feridas emocionais que precisam ser desbloqueadas e integradas no consciente, de modo a que o Ser essencial possa libertar-se e expandir-se. Muitas vezes ficamos (inconscientemente) fixados em memórias do passado e passamos uma vida inteira a reproduzir padrões de pensamento e comportamento que não desejamos para as nossas vidas, mas que teimam em não desaparecer.
Carl Jung foi o psicanalista que pela primeira vez falou de inconsciente colectivo. O autor defendeu que nesse inconsciente colectivo existem arquétipos – energias psíquicas, intemporais que povoam a psique humana e que se expressam essencialmente em mitos, histórias e sonhos.
Somos um, e somos todos.
Para mim, a descoberta da psicologia arquetípica foi uma revelação, pois ajudou-me a compreender a complexidade da psique humana e a dar nome a uma panóplia de personagens que “vivem” dentro de mim. Aprendi que cada uma delas representa uma parte de mim, com necessidades, desejos e propósitos diferentes. Na sua singularidade, não sou nenhuma delas, mas todas juntas representam a minha totalidade.
O trabalho com os arquétipos é muito interessante, pois muitas vezes certos arquétipos apoderam-se da nossa psique e/ou entram em conflito com o nosso Eu, ou mesmo entre si, o que provoca sérios conflitos intra-psíquicos. A resolução é sempre a mesma, a expansão da consciência.
No meu processo pessoal de cura, o trabalho com a psicologia arquetípica foi fundamental, e actualmente enquanto terapeuta, é das ferramentas que mais utilizo com os meus clientes. A criança interior, o crítico interior, a vítima, a sombra, a rainha/o rei, a guerreira/o guerreiro interior ou a heroína/o herói, são alguns dos arquétipos mais comumente trabalhados em terapia.
A sociedade actual promove uma vida tão virada para o exterior, que a consciência da nossa complexidade interna pode, numa primeira fase, trazer a sensação de “loucura mental”. No entanto, a realidade é a própria falta de consciência dessa complexidade interna, é o que promove a loucura que vemos no mundo actual.
“ONE BUT MANY
One God, many faces.
One family, many races.
One truth, many paths.
One heart, many complexions.
One light, many reflections.
One world, many imperfections.
ONE.
We are all one,
But many.”
― Suzy Kassem
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