A semente da alma

Todos nós carregamos dentro de nós a “semente da alma”, mas infelizmente poucos de nós a fazem germinar. A maior parte da humanidade vive como clones, sem alma, regidos por uma matriz de pensamento que assumem ser a realidade. A semente da alma, é a que carrega o potencial das estrelas, de trazer céu à terra, de co-criação da própria vida. A semente que carrega o potencial para a verdadeira liberdade e felicidade. A alma quer encarnar, ela grita por liberdade e auto-expressão.

Para que a semente se desenvolva, desabroche e expresse o seu máximo potencial, certas condições são fundamentais. Um solo fértil (experiências do passado, formatações e programações mentais), água (auto-estima e amor-próprio) e luz solar (visão/sonhos). A semente irá chegar, e desenvolver-se, até onde as condições lhe permitirem.

Quer tenhamos consciência quer não, nós somos programações, como um software, andantes. Somos muito pouco livres e autónomos, diria até que somos completamente domesticados. Limitamos as nossas vidas àquilo que achamos ser possível, às histórias que ouvimos e que assumimos serem a única realidade possível. Somos como o elefante do circo, que em pequeno está sempre preso ao poste e por isso aprende que essa é a sua realidade. Em adulto, já não se encontra preso ao poste e é mais forte que os homens que o rodeiam, mas mesmo assim, mantém-se junto ao poste, pois é esse o seu condicionamento, é esse o seu destino. E nós somos como o elefante, presos aos nossos condicionamentos, às nossas crenças que nos deixam presos a um poste invisível.

A imaginação é mais importante que o conhecimento.

Albert Einstein

Mas nós temos algo a nossa favor, a nossa consciência, o reconhecimento do estado domesticado em que vivemos, e a nossa capacidade de sonhar, imaginar, visualizar outro futuro, outra vida. Pergunto-te quando foi a ultima vez que imaginaste? Que te permitiste sonhar, sonhar livremente, sem limites?

Todos nós nascemos com a semente dentro de nós. Mas à medida que vamos crescendo, vamos desenvolvendo uma personalidade, um ego, que é como se fosse a nossa roupa psíquica, e que tem a função de fazer cumprir os desígnios da nossa alma e de facilitar o contacto com os outros e com a sociedade. Infelizmente, na maior parte dos casos, essa personalidade molda-se para cumprir expectativas e preservar o amor que vem de fora, ao invés de estar ligado à alma. O que acaba por acontecer é que se forma uma personalidade muito longe do que são os valores e os desígnios da própria alma. A pessoa pensa que se conhece, que sabe o que quer, mas está completamente iludida por um falso self. Um self que existe para o manter domesticado e entre as outras ovelhas, e na maior parte das vezes para satisfazer as necessidades narcisistas daqueles que os rodeiam, leia-se na entrelinhas, a família.

Mas no momento presente, somos nós quem tem a faca e o queijo na mão. Somos nós quem tem a responsabilidade sobre as nossas vidas, e somos nós os responsáveis por criar novas condições para o desabrochar da alma. É importante começar por clarificar o ponto onde estamos neste momento, a história, o mito, as programações e formatações que nos trouxeram até aqui, e saber aonde queremos chegar.

O Sonho comanda a vida.

Fernando Pessoa

Felizmente, a alma está constantemente a mandar-nos sinais e informação, apenas temos de estar atentos e perceber as suas mensagens. Às vezes vem naquela voz interior muito baixa, que mal ouvimos, outras vezes vem em forma de doença, outras vezes fala-nos através de imagens que nos inspiram, etc. O poder de viver uma vida de auto-realização e verdadeira felicidade está nas nossas mãos, nas nossas intenções e acções, em por mãos à obra, re-conectar com a alma. O limite está na nossa visão!

Questiona-te e observa de que maneira te limitas regularmente.

  1. Que aspectos da tua personalidade consideras serem limitadores e dos quais achas que não te consegues livrar?
  2. Observa e cita três situações em que normalmente expressas “não posso…”
  3. Reconheces nos teus pais e/ou familiares a raiz dessas atitudes limitadoras?

 

Crédito de imagem: Danielle Macinnes

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